Julho 01 2009

 

Eu quero viver!
Eu preciso viver!
Estou farta de apenas… existir.
Não quero que a minha vida
Se resuma à minha existência!
Preciso viver!
Preciso quebrar a caixa de vidro em que vivo,
De onde vejo tudo e todos,
De onde te vejo a ti…
Mas de onde não posso ser ouvida nem vista,
De onde não te posso falar nem tocar…
Ajudem-me…
Ajuda-me…
Sei que sabes como me libertar…
Antes,
Antes do dia em que te vi realmente.
Vivia serena e sossegada,
Conformada talvez
Nesta caixa de vidro do meu espaço.
Agora,
Agora que realmente te vi,
Vivo numa ânsia permanente.
Preciso que me libertes, ajuda-me!
A caixa de vidro encolheu
E encolhe de dia para dia,
Desde o dia em que realmente te vi.
Ajuda-me…
Liberta-me deste sufoco…
Parte-a!
Preciso de te falar, sinto que…
Consegues ouvir?

 

Poeta Mascarado

 

 

   Muitas vezes nos sentimos sufocados pelo silêncio que nos rodeia, a incompreensão que nos atormenta sem repararmos que ao nosso lado existe alguém a passar pelo mesmo.

    Falamos da incompreensão dos outros, mas nem nós nos entendemos. 

    Quando tentamos tornar concretos os nossos problemas, as provas escasseiam.

    Mas deixemos a nossa alma falar, deixemos as lágrimas invadir o nosso rosto, tudo contribuirá para ficarmos melhor.

 

publicado por Realidade Mascarada às 14:26

Abril 27 2009

Solidão

É caminhares ignorado

Entre a multidão

E sentires-te recusado,

Inútil, sem que niguém

Te estenda a mão

E te diga: - Anda, vem comigo,

Caminhemos juntos.

 

O amigo é presença

Na tua solidão,

Mas respeita profundamente

O teu deserto interior,

A tua única maneira de amar.

 

E amanhã será mais belo

Dizer bom dia ao sol!

 

 

 

Poeta Mascarado

 

 

 

Aqui fica mais um texto do Poeta Mascarado onde tenta aconselhar as pessoas a procurarem os amigos, nos momentos mais complicados, pois aí sim, são realmente imprescindíveis.

Vamos sempre acreditar que amanhã será um dia melhor!

Ânimo! Força! Confiança! Coragem! 

 

publicado por Realidade Mascarada às 21:27

Fevereiro 28 2009

Como este blog também é fonte de informação aqui fica um museu bastante interessante para se visitar:

 

 
      No próximo dia 8 de Março, dia de São João de Deus, será inaugurado o Museu S. João de Deus – Psiquiatria e História. O Museu S. João de Deus, que irá funcionar na Casa de Saúde do Telhal (concelho de Sintra), expõe cerca de 900 peças que dão a conhecer não apenas a história da Ordem Hospitaleira em Portugal, como retratam também a evolução da Psiquiatria, da Farmacologia e da Enfermagem no nosso país.

       No dia da festa litúrgica de S. João de Deus (8 de Março) abre as portas ao público o Museu S. João de Deus – Psiquiatria e História. A cerimónia de inauguração terá início pela manhã, com uma Missa solene presidida pelo Cardeal Patriarca, com a presença da primeira-dama, Maria Cavaco Silva, que irá depois descerrar uma placa comemorativa da inauguração do Museu. Após o almoço, terá lugar a recepção aos convidados. Seguir-se-á a visita às exposições e a sessão solene, que decorrerá no Auditório do Museu.
       Este novo museu será o primeiro Museu português de uma Ordem religiosa histórica a ser organizado posteriormente a 1834 e o também o primeiro dedicado à história da Psiquiatria em Portugal. O Provincial da Ordem Hospitaleira dos Irmãos de S. João de Deus, Irmão José Augusto Louro, explica na apresentação do catálogo comemorativo que “a ideia deste museu partiu do desejo de preservar o património artístico e museológico da Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus, espalhado pelos mais díspares lugares, e ao mesmo tempo dar a conhecer a história e a evolução da assistência médica hospitalar, em geral, e da psiquiatria em Portugal, em particular”.
      O Museu S. João de Deus está integrado na Casa de Saúde do Telhal, Centro Assistencial na área da Psiquiatria, Saúde Mental e Reabilitação Psicossocial, situado no Concelho de Sintra e fundado pelo P. Bento Menni em 1893. O Prof. Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, foi um dos médicos ilustres que trabalharam neste Centro. O Museu ocupa um edifício construído em 1937, originalmente destinado à formação de Irmãos e que chegou a albergar uma unidade de internamento. O projecto de recuperação do edifício e de design é do Atelier Inês Lobo Arquitectos, que privilegiou a relação do edifício com o exterior, integrando também o claustro e a Capela.
       Com coordenação museográfica e documental de Carmina Correia Guedes e de Estela Rodrigues, o Museu S. João de Deus tem um espólio diversificado, oferecendo aos seus visitantes, por exemplo, os trabalhos criativos realizados pelos próprios utentes das Casas de Saúde ao longo do século XX. Entre estes encontramos obras de artistas portugueses de renome, como as aguarelas de
Stuart de Carvalhais, as pinturas de Mestre Abreu, as maquetas de Simões Costa, ou as pirogravuras de Gastão Eiró. A par de instrumentos ligados à psiquiatria, à área médico cirúrgica e à enfermagem, podem também ser admiradas peças de cerâmica, de ourivesaria ou tapeçaria, ou ainda consultar diversos livros e documentos ligados à história da congregação.
       São estas as propostas em exposição nas duas galerias do museu. A Galeria de Exposição Temporária é dedicada à vida de São João de Deus e à história da Ordem Hospitaleira mostrada através da arte, em Portugal e no Império, até ao ano de 1834. A Galeria de Exposição Permanente compreende o período desde a Restauração da Ordem Hospitaleira em Portugal (1890) até aos nossos dias. Esta exposição, “documenta a história dos cuidados psiquiátricos em Portugal, sendo protagonistas os Irmãos de S. João de Deus e seus colaboradores, as pessoas assistidas nos Centros e suas famílias”, como se refere no catálogo do museu.

       O museu irá dispor ainda de um Serviço Educativo com o objectivo de “sensibilizar e motivar os diferentes públicos para as temáticas da saúde e da doença mental, da arte, do ambiente e da responsabilidade social, integrando momentos de formação (…) que estimulam uma aproximação às pessoas vítimas do estigma” (da doença mental). Para os mais jovens estão também previstos seminários, conversas com os doentes e oficinas criativas.

 

 

 

Departamento de Comunicação - Fundação S. João de Deus

 

 

publicado por Realidade Mascarada às 17:05

Fevereiro 14 2009

 

     "A máscara exerce um enorme poder sobre mim. As máscaras são fascinantes. São a opção da hora, são muitas, tantas que acredito não existir uma face original onde as máscaras são colocadas.

         As máscaras aderem ao espírito e são muitas porque o espírito é uma matéria dual, com as contradições e as possibilidades que se apresentam em cada momento.

         São muitas as pessoas que usam máscaras. Mas poucas as que reconhecem ter essa multiplicidade porque para isso necessitavam de se afastar de si mesmos e olharem-se com uma determinada distância, e isso é muito complicado.

         Eu tenho um baú de máscaras e vou trocando de acordo com o meu espírito no momento. Algumas uso mais frequentemente, quando estou triste e uso a máscara da felicidade para não passar para as outras pessoas o que sinto. Elas não precisam de saber que eu estou mal.

         As máscaras são por vezes invisíveis ao outro: e aí eu sirvo-me delas para consumo próprio, interno, para me ver reflectir no meu próprio inconsciente.

         Talvez fosse interessante abrir uma superfície comercial, onde tudo isto estivesse à venda, onde aqueles disfarces que se usa em actos que encenamos no teatro da vida pudessem ser vendidos; máscaras para o palhaço sorrir na alegria e na tristeza, para ser mostrado ao mundo a felicidade. Mas não estariam à venda máscaras para esconder a falsidade e a maldade; para esconder a verdade e a traição.

         Eu compraria aquelas que me mostrassem feliz, escondendo de todos a decepção que por vezes sinto.

         Procuro em cada máscara a sua íntima verdade e múltiplos mistérios, rituais de vida e passagem.

           Procuro a tua máscara!"

 

Poeta mascarado

 

 

Com o recebimento de um comentário que focava o uso de máscaras, e sendo este blog "Realidade Mascarada", pareceu interessante introduzir um texto sobre o que é esta tal máscara de que se fala e em que momentos é utilizada.

 

publicado por Realidade Mascarada às 17:07

Fevereiro 10 2009

          "Deslizo a caneta por estas linhas brancas do meu caderno. Lá fora a chuva cai. Fecho os olhos e ouço gota a gota. Sinto o vento que entra por baixo da porta, o vento que a agita com a mesma intensidade a folhagem das árvores e faz com que elas caiam e umas sob as outras cubram a calçada. Abro a janela, onde as gotas escorrem pela vidraça, sinto o cheiro a terra molhada. O céu está cinzento. Continuo a preencher o meu caderno com palavras que vão saindo à deriva. À deriva como eu ando agora pela chuva. Fria, molhada, trémula, procuro algo mas nada encontro. Não sinto os pés, a lama enterra-me os tornozelos. Trovões e raios caem sobre o cinzento do céu. Continuo a sentir o meu coração, que continua quente mesmo com todo este frio. Está quente e há mínima recordação derrete-se. É noite, a escuridão apoderou-se do céu e tenta apoderar-se de mim. Deambulo pelos cantos, procuro um sinal e não o vejo, desespero na noite. Não encontro a Lua nem as estrelas, não há um único raio para me guiar. Estou completamente sozinha, perdida. Ando à deriva nesta imensidão da noite. Preciso de carinho, de amor, de cuidados. Onde está o sinal que procuro para me tirar desta escuridão? Onde estás Meu Anjo? Preciso da tua companhia e da tua mão. Estou a perder os sentidos, a lucidez.

Caí inanimada. O fim chegou. E agora? Será que alguém me vem salvar? Inesperadamente, ainda com vida, sinto algo. É quente e toca no meu rosto. É um raio de sol que rompe pelas densas nuvens e começa a aquecer. Aquece-me a cara, mas estou num estado tão moribundo que não é suficiente para me libertar deste. Outro raio aparece, mais quente, mais forte. Subitamente os céus rasgam-se, infiltram-se em mim milhões e milhões de raios. Desperto. A cor pálida desaparece e a minha temperatura corporal volta ao normal. Acordei para a vida. Uma vida com novo sabor, com novos sentimentos. As nuvens dispersaram e a chuva abrandou. Um bonito céu azul substituiu a escuridão antes residente. Um lindo arco-íris aparece. Estou viva! Estou viva é o que interessa, e recuperada de toda a dor do passado. Isto é uma nova vida. Um novo começo."
 
Poeta mascarado
 
 
Não deixe de lutar, de acreditar que é capaz de se libertar de todo o sofrimento que cerca o seu Ser. Estes raios de Sol invadirão a sua Vida e assim poderá continuar a caminhar. Força!
 
publicado por Realidade Mascarada às 11:42

Janeiro 26 2009

  "Sim, sentimo-nos realizadas!

   Foi com muita alegria, que nós, um grupo de nove jovens raparigas, entrámos na Casa de Saúde do Bom Jesus. “Que cheirinho a Casa de Saúde!”

    Mal nos vimos, começámos logo a tirar as primeiras impressões de cada uma, pois não nos conhecíamos de lado nenhum. A primeira coisa que fizemos foi escolher os quartos e acomodarmo-nos na nossa “casinha”, que neste campo de férias foi o nosso cantinho, bem quentinho e acolhedor.

    Foi na primeira noite, na hora do convívio, que os laços de amizade começaram a ganhar forma e o espírito de hospitalidade começava já a crescer. Todas estávamos contentes pela experiência maravilhosa que sabíamos que iríamos ter.

   À medida que os dias iam passando era notório o aumento de carinho entre nós e sobretudo pelas doentes que foi crescendo e, acreditem, já transbordava no nosso interior. A pouco e pouco tornámo-nos numa verdadeira família hospitaleira, onde as palavras de ordem eram: “amor”, Natal, “sorrir”, “serviço”, “lembranças”, “carinho”, “convicção” e “força”. Pois bem, todos estes termos fizeram parte do nosso dia-a-dia, fazendo-nos sentir profundamente realizadas.

    O espírito de hospitalidade e de entrega apoderou-se de nós e foi com muita alegria e disposição que o acolhemos.

     Este campo de férias fez-nos crescer, realizou-nos e fez-nos sentir verdadeiramente felizes!

     Com a certeza que estes dias vão ficar na nossa memória e no nosso coração, é com muita alegria que nos despedimos desta casa e convictas de que um dia iremos cá voltar!!!"

 

 

 

O relato do grupo que participou nesta actividade na Casa de Saúde do Bom Jesus, no período de 19 a 23 de Dezembro. Integrado no projecto "Saúde Mental" foram distribuidos, aquando desta actividade, postais de Natal feitos pelas crianças da Escola EB1 do Sobral - Cervães para as doentes. Foi deveras interessante e compensador!

    

 

publicado por Realidade Mascarada às 16:17

Novembro 17 2008

       “O tempo que passei junto daqueles doentes foi o suficiente para explorar um mundo que poucos se dão ao trabalho de conhecer. Nesse mesmo mundo eu desvendei histórias, realidades, pessoas que nunca imaginei conhecer. Foi a experiência mais gratificante que tive até hoje. Tentei dar o melhor de mim, mas em comparação ao que “eles” me deram não foi nada comparado a tudo o que eu lhes consegui oferecer. Como Ricardo Reis enunciou um dia, num dos seus poemas: “ Põe quanto és no mínimo que fazes”, e foi o que eu fiz.

 
Em poucas horas senti o que durante toda a minha vida ainda não tinha sentido, despertei sentimentos em mim que nem sabia que existiam, e acima de tudo, ali eu fui feliz. Naquele lugar ser feliz é tao especial, por muito que quisesse explicar o que  senti não conseguiria, pois só quem por lá passa sabe do que eu falo. Eu cresci, aprendi e vivi e recomendo a qualquer pessoa esta oportunidade.
 
Gostam de ser julgados?? Gostam de ser postos de lado?? E de ser criticados??? Gostam?? Claro que não, por isso não julguem estas pessoas nem o seu mundo, ou tão pouco as ponham de lado, porque um dia vocês podem  ser um deles. Todos nós somos diferentes e não é por isso que somos menos que os outros, afinal de contas as diferenças tornam-nos especiais.”

 

 

 

  

O relato de uma jovem que contactou pela primeria vez com doentes mentais aquando de uma ida a uma Casa de Saúde.

Parece que nos lança um desafio. O de não julgar nem abandonar estes doentes, alertando também para que cuidemos de nós e façamos tudo para que no futuro não estejamos nesse mesmo lugar.

Cuide da sua Saúde Mental!

publicado por Realidade Mascarada às 18:36

Outubro 27 2008

          “Antes de chegar à Clínica levava comigo a vontade de ajudar e dar algo de mim a quem mais precisava, mas surpreendi-me. Na verdade, recebi mais do que aquilo que ofereci. Tentei dar o melhor de mim, tentei não pensar em mim mas sim nos doentes e posso dizer que consegui. Mas não fui, de todo, a única a conseguir, porque eles também conseguiram… conseguiram chegar-me ao coração, fizeram-me crescer, chorar, sorrir… fizeram-me acreditar que sou capaz de ultrapassar medos e traçar horizontes. Fizeram-me ver que não são menos do que ninguém nem tão pouco diferente… porque os diferentes somos nós que vivemos neste mundo de cá de fora, este mundo real. Pois somos nós que conscientemente entramos em constantes conflitos, que conscientemente pensamos que tudo gira à nossa volta, que somos mais que alguém, que podemos tudo, que temos tudo. E podemos até ter muito, mas o que realmente importa nem sempre está presente no nosso dia-a-dia. Preocupamo-nos tantas vezes com o nosso próprio nariz, com os nossos problemas e tantas vezes somos egoístas que não vemos, ou não queremos ver, que há sempre alguém que precisa de ajuda, que se sente pequeno, que está sozinho na longa caminhada, que caiu e não tem forças suficientes para se levantar.

         Enquanto estive na unidade que me foi determinada senti-me útil e não dei utilidade…senti-me útil porque ajudei que precisava de mim, e não dei utilidade a televisão, rádio, telemóvel ao mundo que girava lá fora, pois eu sem certezas, explorava um mundo de inocência.
         Foi ao ver cada um dos doentes e avaliando a sua situação que parei, olhei para mim mesma e pensei: “Do que vale ter tudo, se de repente tudo nos escapa das mãos e ficamos sem nada?” ou até “Porque nos preocupamos tantas vezes com coisas que não têm significado algum, quando há alguém que tem menos que nós?”.
         Foram tantas as emoções que vivi, os momentos únicos que presenciei e os pensamentos que representei que afirmam que só quem por lá passa reconhece o verdadeiro significado de tudo que acabei de enumerar.
         Cada uma das pessoas estava ali por algum motivo, escondidas por qualquer história. Emocionei-me com cada sentido, escondi lágrimas e mostrei sorrisos. Mas queria chorar quando os doentes não queriam mais senão um abraço, uma demonstração de carinho, um gesto de atenção, um simples beijo na face. Queria chorar quando alguns chegavam até mim e procuravam numa pessoa que não conheciam talvez a presença de quem os esqueceu ou deixou de os visitar. Queria chorar quando ouvia “Filha”, “Mãe”, “Minha querida”, “Obrigado”. Palavras que podiam até não estar programadas na cabeça mas que acredito terem saído do coração.
         Mais tarde, no momento em que o grupo fez a sua reflexão sobre o fim-de-semana, apenas o coração falou e aí sim, chorei. Chorei de tristeza, pela realidade que vi, mas também de alegria. Senti que o dever estava cumprido e com ele a vontade de repetir a experiência.
         Quanto ao grupo, posso dizer que foi fantástico. Cada um tinha algo de si para dar e mostrar e desde cedo houve uma ligação forte entre nós, talvez pelo facto de estarmos direccionados para o mesmo lado, juntos por um objectivo comum. As irmãs também foram excepcionais, pessoas incansáveis que nos fizeram sentir que estariam presentes se em algum momento precisássemos. Pelo trabalho que desempenham e pelo espírito de entrega que possuem não há dúvida que estão no sítio certo, onde mais precisam delas.
Foi uma experiência que aconselho aos jovens pois faz-nos crescer, entender coisas que até então não percebemos, ajuda-nos a encontrar um sentido.
Foi neste espírito que recebi mais uma vez que mais difícil do que sermos melhores do que os outros (além de não o sermos) é superarmo-nos a nós mesmos."
 
 
 
 
Aqui fica mais um relato de uma jovem que lidou com pessoas portadoras de doença mental.
Esta actividade realizou-se no fim de semana de 17 a 19 de Outubro na Clínica Psiquiátrica de S.José em Telheiras - Lisboa.
publicado por Realidade Mascarada às 14:55

Outubro 23 2008

           Hospitalidade é um modo privilegiado de relação humana e pressupõe sempre abertura, respeito e delicadeza com o próximo.

            Foi com intuito de pôr em prática estes pressupostos e de seguir Jesus, que nós, jovens oriundos de todo o país, nos encontramos na Casa de Saúde de Idanha no período de 4 a 12 de Agosto.

            No nosso quotidiano ouvimos falar sobre doença e deficiência mental, podendo ou não contactar com esses mesmos casos mas, ao longo do Campo de Férias foi-nos dada essa oportunidade. O contacto físico foi, sem dúvida, aquele que mais nos ligou ao doente pois independentemente da condição dos seus sentidos (surdo, mudo, cego, …) um toque conseguia marcar a nossa presença junto dele.

            Momentos de reflexão e oração também estiveram presentes e foram essenciais para retomar forças, desabafar, encontrarmo-nos, estar em grupo, …

            Uma avalanche de acontecimentos e sentimentos desabou contra nós, mas foi tudo isso que fez com que estes dias fossem tão especiais, tão mágicos, tão inesquecíveis! Que fossem simplesmente FANTÁSTICOS.

            Sentimos que fomos importantes para todos aqueles doentes, que a nossa presença também os marcou, que fomos a sua companhia e os responsáveis pelo brotar de diversos e contínuos sorrisos.

            Foi, para muitos de nós, um grande desafio a nível emocional pois o contacto com esta realidade tão complexa gerou um certo descontrolo e quando menos se esperava uma lágrima corria sobre o rosto, mas não sendo em momento algum um obstáculo.

            O dever de respeitar a dignidade de cada ser humano, em cuja natureza se reflecte a imagem do criador, deve ser uma das prioridades de todos nós. O ser humano deve ser respeitado e tratado como uma pessoa de plenos direitos desde a sua concepção até à morte natural, e esse é o nosso lema. Respeitar, cuidar e darmo-nos ao próximo zelando pelo seu bem-estar, foi o que tentamos concretizar.

            Pensamos que a hospitalidade deverá estar presente em toda a relação com o outro, seja vizinho, amigo, colega de trabalho, familiar, sendo uma hospitalidade ligada à sensibilidade tão característica do ser humano.

            “Servir e amar a Jesus, é a única coisa que vale a pena” (São Bento Menni). Nesta perspectiva e por tudo o que vivemos nestes dias, em Idanha, dizemos que a experiência realizada valeu a pena e é para repetir!

 

 

 

 

 

           O testemunho de alguém que contactou com doentes mentais que nos deixa aqui bem patente que vale a pena ajudar e que se aprende e tira uma lição de tudo isto.                                 

publicado por Realidade Mascarada às 10:59

Outubro 11 2008

    Parece-nos que referir coisas como o nosso nome e a nossa idade não irá dizer nada às pessoas que visitam este blog. 
    Achamos que o que mais importa é a troca de experiências, visto que este é o nosso principal objectivo. 
    A sociedade não permite que possamos ter ao nosso dispôr diariamente um psicólogo ou até um psiquiatra com quem podemos partilhar as nossas dificuldades, dúvidas e inquietações.

    São muitas as vezes que nos sentimos incompreendidos, desamparados, sozinhos no mundo mesmo que rodeados de pessoas, e é nosso desejo que neste espaço todos encontrem a calma, a confiança, persistência, esperança através da partilha destes sentimentos tão negativos.Que após a sua passagem por este espaço se sintam acompanhados nesta caminhada e procura da felicidade e bem-estar.

   Foi por sentirmos também tudo isto que decidimos criar este blog.
   Não se feche... não estamos para julgar mas para ouvir e, se possível, ajudar.
   Colabore connosco!

publicado por Realidade Mascarada às 17:25

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